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O PERIGO DOS ELOGIOS

Maquiavel escreveu, n’O Príncipe, que devemos evitar os aduladores, pois são pessoas oportunistas e não são sinceras. Dissimuladas dizem apenas aquilo que acreditam ser conveniente para massagear o ego do seu interlocutor, pois querem sempre agradar. São pessoas insuportáveis, suas palavras ressoam a falsidade como aquelas dos vendedores de roupas falando que aquela peça (produzida em série) foi feita pra você. Por isso, tenhamos cautela ao ouvir elogios dessas pessoas, mas não só delas, temos que ter muito cuidado com os comentários elogiosos, muitas vezes, eles são “o desjejum de um condenado, antes de lhe cortarem o pescoço!” (MORES WEST). Aquela situação que quase todo mundo já passou, o seu interlocutor começa falando de suas grandezas e valores depois surge a palavrinha mágica da virada discursiva MAS. Depois deste MAS vem a verdade. A verdade dele sobre você: Gosto muito de você, MAS bla bla bla. Entretanto essa postura é elogiável, ao contrário dos aduladores, ela dosa elogios e críticas ficando próximo daquilo que Santo Agostinho, o Bispo de Hipona, disse: “Prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me elogiam, porque me corrompem”. Por isso, precisamos ligar aquele botão da cautela, tal atitude de alerta, por um lado, para sentir a sinceridade do que estamos ouvindo, por outro lado, para evitarmos a corrupção do lisonjeio e da auto-indulgência. Caso contrário, ficaremos como as crianças ”enchendo a boca de caramelos, numa ignorância feliz da própria infelicidade” (MORES WEST). Não sejamos ingênuos, pois a existência humana em sua complexidade não permite tal postura simplista e infantil. Além disso, o maior problema é que muitas vezes atribuímos mais lógica e racionalidade do que de fato tem a vida. Com o nosso ego inflado pelos elogios, começamos a justificar racionalmente os motivos de tais elogios. Não se iluda, a existência humana é muito mais irracional do que racional. Não se deixe enganar. Abra os olhos ao receber elogios de quem quer que seja. Assim, temos que ter prudência ao darmos elogios e redobrada atenção ao recebê-los. Não se esqueça nunca da orientação do pensador de Florença Nicolau Maquiavel.



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